quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Akahinkon Thanatos, Senhor da Morte

A noite caía e a estrada de terra havia se tornado em lama pura, impossibilitando a passagem do casal para a cidade. A urgência era extrema, afinal, o filho deles estava para nascer. Os cavalos não conseguiam mais andar, seu peso e a força que exerciam faziam as patas dos mesmos adentrarem a lama.

A humilde carroça de madeira suportava como conseguia a forte chuva, a mulher que estava deitada aos fundos, gritava de dor. Não teria como segurar, a criança iria nascer ali mesmo.

-Victor! VICTOR!!! ME AJUDE AQUI VICTOR, NOSSO FILHO IRÁ NASCER!!! – Seus gritos saíam audíveis, mesmo com tantas coisas ao redor prejudicando a audição do pobre camponês. – ME AJUDE VICTOR!

Seus gritos podiam ser escutados das mais profundas catacumbas. Era desesperador ver aquela mulher sentindo tanta dor, sentindo como se todas as forças estivessem distantes.

-Calma meu amor, eu já venho, vou trazer um médico! – E Victor se virou e correu para um local distante, a escuridão o engolia, e Rachel ficava ali, à mercê de sua própria sorte.

-Victor! Victor, não me abandone aqui! Victor!

Seus berros eram inúteis, o homem já havia fugido, havia corrido para um local distante, tentando fugir de sua própria consciência.

Dores agudas percorriam o corpo da mulher, sua visão começava a ficar turva, e o medo de morrer crescia constantemente dentro de seu coração.

-Senhor todo poderoso, não me abandone agora! Não me deixe em um momento desses! Me salve, me salve! Pegue meu filho, a alma dele, eu não me importo, pegue-o, mas me salve, por favor!

Lágrimas de desespero escorriam por seu rosto, ela não queria morrer, não podia morrer, tinha muito o que ver ainda, muito o que fazer ainda, não podia perder sua vida naquele local, para parir uma criança indesejada.

-Você não irá tirar minha vida, não fará isso comigo! – A mulher despejava socos em sua barriga, com o intuito de matar a criança, tudo em vão... ela olha para baixo, e começa a falar com uma voz assustadora. – Você o quer? Quer a alma do meu filho? Me deixe viver, e eu lhe entregarei ele. Me deixe viver!!!

O tempo parava, as gotas da chuva pareciam penduradas no ar, a mulher estava presa em seu desespero, em sua agonia. Isso não é um poder que qualquer um possa fazer... Michael estava ali. O senhor do inferno estava ali. Suas vestes pretas, cobertas por uma capa vermelho, luvas vermelhas e uma feição sarcástica. “Vim garantir o que vai ser meu” disse ele. Sua voz saía e adentrava o coração das pessoas, não a mente. Era como se centenas de pessoas falassem ao mesmo tempo.

-Me deixe viver e poderá levar meu filho, só me deixe sobreviver a isto!

-Pois bem, assim será feito. Sobreviverá a esta tempestade e ao parto em troca da alma de seu filho. Apenas... assine aqui. – Um velho pergaminho apareceu na mão do demônio.

-Mas... como vou assinar? – A mulher parecia estar confusa, não tinha tinta, nada...

-Eu não disse que você iria assinar, afinal, não pegarei a sua alma. – O demônio coloca sua mão em frente ao rosto de Rachel, que começa a adormecer devagar, até perder a consciência.

Quando ela acorda, já era dia, sangue estava por toda a carroça e vozes eram escutadas, berros e latidos de cachorros.

-RACHEL!!! RACHEL! RESPONDE, RACHEL!!! – Victor estava com um grupo de busca, cachorros e mais ou menos 15 homens formavam o grupo.

-VICTOR! ESTOU AQUI VICTOR! – Agora ela conseguia perceber melhor o cenário onde ela se encontrava, e solta um berro de terror, de medo, de remorso.

Victor e o grupo correm em direção a carruagem e quando o homem chega lá, se abraça nela. Os outros estavam parados, os cachorros começavam a latir e se enfurecer, então eles olham para a parede e vêem uma marca de sangue na madeira, um pentagrama, com palavras estranhas escritas. Sangue pintava a madeira e dava um ar macabro àquilo.

-Me desculpe Victor, me desculpe, eu... eu simplesmente... – A voz da mulher saía tremula. – Me desculpe, eu só não queria... O nosso filho, ele levou nosso filho, eu...

-Do que você está falando?! O que você fez Rachel? Onde está meu filho?!?! O QUE VOCÊ FEZ AQUI?!?! – O homem urrava para a mulher, ele não conseguia entender.

-Eu estava com medo... Achava que eu iria morrer... Eu me assustei tanto... E ele aceitou a minha proposta e apareceu do nada... Comecei a me sentir pesada e... – Ela parou de falar nesse momento. Se perdia na memória do dia anterior.

-Ele quem? Quem apareceu? De que proposta você está falando?! – Todos estavam perdidos, a mulher não falava coisa com coisa.

-O senhor do inferno... Michael... Foi ele, ele que levou nosso filho!

Todos que foram buscá-la estavam paralisados, não conseguiam pensar em nada, apenas escutavam a história que era contada nos mínimos detalhes pela mulher.

Após ela falar tudo, Victor se abraça nela e chora junto, ele conseguiu entender os sentimentos da companheira, mas o casal acaba não sendo bem visto pelos outros membros, que não queriam levar o mal deles para a cidade. Então, eles batem em ambos até desmaiarem e ateiam fogo na carroça, e deixaram os dois lá para morrerem cremados. A história não deveria se espalhar mais, não poderiam deixar que um caos acontecesse ali. O que eles não esperavam era que aquilo estava longe de acabar.


A pequena criança foi encontrada em uma pequena cesta na frente da igreja por uma freira que ia à floricultura comprar flores para o padre. Ela vê a cesta e já ia ignorar, mas escuta um pequeno choro.

Ao pegar o recém-nascido, ela vê um bilhete, onde estava escrito com sangue “Deixarei tomando conta dele por enquanto. Um dia voltarei para pegar o que é meu por direito.”. A freira não entende direito o que significava aquilo, mas ignorou, iria cuidar daquele bebê.

E assim o fez, o nome dado à criança foi Thanatos, e ele foi criado seguindo rigorosamente as leis da igreja católica. Era muito querido por toda a comunidade e adorava ajudar os outros.

Tentava fugir de brigas, mas elas acabavam encontrando o pobre coitado, que sempre saía como o culpado da história. A vida dele sempre foi muito boa, até seus quinze anos.

Thanatos saía para fazer compras para o bispo. Só precisava ir até o super mercado, mas a chuva caía forte nessa noite, e um estranho em roupas vermelhas o chamou em um beco. Ele prontamente foi para lá conversar, achava que o indivíduo precisava de alguma ajuda.

-Boa noite Thanatos, a quanto tempo não? – O homem olhava fixamente para o adolescente com um leve sorriso no rosto.

-Desculpe senhor, mas acho que não o conheço.

-Creio que você não vá se lembrar, afinal, era um recém-nascido naquela época. Mas agora, eu vim pegar o que é meu, como fora prometido por sua mãe.

As palavras do estranho entravam na cabeça de Thanatos, então ele conhecia sua mãe, sabia de alguma coisa sobre seus pais.

-O que tem minha mãe? Aonde ela está?! Me diga tudo que sabe!

-Não vim aqui responder perguntas, vim pegar o que é meu.

-O que é isso que você tanto fala? Responda! – Thanatos começava a se irritar com o homem, queria saber o que diachos estava acontecendo.

-Venha comigo, e vou lhe explicar tudo... – O homem começou a se aproximar de Thanatos e colocou sua mão na cabeça do garoto. A alma do mesmo sai do corpo. – Vou lhe explicar, como que sua alma é minha.

O garoto não sabia o que estava acontecendo, não sabia o que era aquela corrente em seu peito, não sabia o que era essa dificuldade de respirar, não sabia o que ele estava fazendo jogado no chão.

-O que você fez comigo?!?!?! – Thanatos estava aterrorizado, não fazia ideia do que estava acontecendo, e o homem começava a assustá-lo com suas atitudes e modo de falar.

-Fique quieto e me siga. Você não precisa fazer mais nada além de escutar, entendeu?

-S-sim, entendi... – Seu corpo parecia estar sendo esmagado, era uma sensação horrível.

-Pois bem... – O homem começava a caminhar pela pequena cidade enquanto era seguido por Thanatos. – Quinze anos atrás, um casal estava indo para a cidade, iriam ganhar um bebê. Creio que não precise dizer que são seus pais. Eles estavam indo para a cidade, mas chovia muito. Era uma noite como essa. Os cavalos já não conseguiam mais andar. Sua mãe gritou de dor, e seu pai correu para longe. Ela começou a prometer coisas aos céus, mas acho que ninguém a escutou, então ela olhou para mim e disse “me salve dessa tempestade que a alma de meu filho é sua”. Eu achei a oferta muito boa, e aceitei.

-Eu não acredito que isso tenha acontecido... Então onde está minha mãe?! Perguntarei isso para ela, não confio em tua palavra.

-Ela morreu no outro dia. Ela e teu pai, ambos foram cremados vivos. – Um sorriso começou a brotar no rosto de Michael.

-Mas... Você deveria ter deixado ela viva! Era isso que você prometeu!

-Prometi salvá-la da tempestade que caía, nunca foram tocados outros assuntos. Então garoto, creio que eu já tenha respondido tudo que queres saber, agora, sua alma é minha.

-Eu não prometi nada, não vou realizar promessas feita por outras pessoas, nem que essa seja minha mãe.

-Esta é sua resposta final? – O homem começava a sorrir de orelha a orelha.

-Sim, agora me deixe voltar, tenho mais coisas para fazer.

Gargalhadas eram soltas pelo visitante de vermelho, ele já esperava alguma coisa assim do garoto.

-Pois bem, se sua alma não será minha, não terá seu corpo.

O demônio começava a falar coisas inaudíveis, voltava para perto do corpo, e toca a cabeça do mesmo. A corrente no peito de Thanatos se quebra, este urra de dor, não sabia o que estava acontecendo.

-O que você está fazendo!?!? Vou voltar para meu corpo, saia da frente! – Thanatos começa a correr em direção ao seu corpo, mas é jogado longe por Michael.

-Já disse, não terás teu corpo. Agora, você verá você mesmo matando tudo que é mais querido para você, tudo que você ama, vai ser morto por você mesmo.

-Eu jamais faria uma coisa dessas! Jamais mataria alguém! – O adolescente tentava mudar o que estava acontecendo, não sabia do que o estranho falava, mas tinha a intuição de que não iria gostar.

-Eu sei que você sabe... Mas o seu corpo sabe disso?

Neste momento, o corpo do garoto se levantava. Seus olhos eram brancos, era um corpo vazio, irracional. Este sai correndo até uma loja que estava aberta na rua.

-Mas o que diach... – Mal terminava a frase e era interrompido pelo seu acompanhante.

-Não irá interferir, apenas observe e se desespere por não cumprir o contrato.

Gritos de dor começavam a ser escutados de dentro da loja, logo após o corpo de Thanatos sai de dentro segurando uma faca toda ensangüentada.

-Ele... ele mat... – O garoto não sabia o que dizer, não conseguia acreditar no que via, não conseguia acordar daquele pesadelo.

-Sim, aquela mulher está morta agora... aguarde e verá toda esta pequena cidade morta por suas mãos.

O garoto olhava, e via aquilo se repetindo de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e não poderia fazer nada, nada para impedir.

-Ok ok, pegue minha alma, apenas pare com a carnificina! Pare com as mortes!

-Hahahaha! Parar agora que começou a diversão? Claro que não vou fazer isso. Servirá de aviso prévio para você, para que saiba me obedecer.

O corpo do garoto já tinha percorrido toda a pequena cidade, quando se dirigiu para a igreja. A chuva contínua caía forte, suas roupas ensangüentadas lhe davam um ar macabro. Machucados percorriam seu corpo, machucados como cortes, arranhões, marcas de socos.

-Mas a freira, o padre, as crianças! Não posso deixar que ele mate todos eles!

-Não faça nada! – O homem parecia estar irritado, esbravejava as palavras de forma ríspida e direta.

-Não me importo com o que você quer, tenho que salvar eles!

Novos gritos começavam a ser escutados, gritos vindos do alto da igreja, grito de mulheres, gritos de desespero.

Ele correu o mais que pôde, mas os gritos eram incessantes, incansáveis, intermináveis. Ele adentra a igreja, a iluminação era feita pela lua e as estrelas, o som de trovoadas eram escutados, a chuva batia furiosamente contra as pedras. Ele começava a se aproximar do altar da igreja quando seu corpo aparece, os gritos haviam cessado.

-Você os matou?! Matou todos eles?!?! – Estava furioso e com medo de si mesmo. – Eu vou te matar, eu juro por Deus que eu te mato.

O corpo o olhava fixamente, sua faca inicial já havia sido trocada por uma espada, que também estava ensangüentada. Suas roupas tingidas de vermelho estavam rasgadas, cortes por todo o corpo. O corpo de Thanatos não conseguia sentir nada, era irracional, insensível, apenas matava o que aparecia em sua frente.

Thanatos corria até seu corpo, que tenta lhe dar uma espadada, ataque feito em vão. O garoto pula em cima do “inimigo”, segura uma de suas pernas e o arrasta até um dos bancos da igreja.

-Não me importa se é meu corpo ou não, tu vai pagar pelo que fez.

Thanatos o deita e quebra os braços do seu, uma vez, corpo. Coloca a cabeça do inimigo perto de um dos bancos, o levanta, e começa a bater o banco na cabeça.

-Deixe-me arrancar essas memórias de ti... Prometo que tu vai sentir toda a dor possível – Os olhos do garoto estavam tomados de raiva, de ódio, ele não conseguia ver mais nada, não conseguia pensar em mais nada. O inimigo já não se mexia mais, sua cabeça havia sido aberta, formando duas partes.

-Agora vou me acertar com o vermelhinho.

Seu passo era apressado, queria encontrar o causador de tudo aquilo logo.

-Então garoto, está pronto para me dar sua alma agora?

-Tente para ver você perdendo um braço. – Sua voz saía firme e confiante. – Você vai morrer pela morte dessas pessoas.

-Não vejo como criança, você só tem teus punhos e é mais fraco que eu.

-Não estou ligando pra eu ter apenas meus punhos, eu vou te matar, não importa o que aconteça.

-Quanta fibra... Pena que não mude nada.

Michael materializa em sua mão uma espada enorme, que começa a queimar, a chuva não conseguia apagar as chamas, a visão era bela, maravilhosa, Thanatos nunca tinha visto nada como aquilo antes.

-Mas... O que é você? – O garoto estava paralisado, seus olhos estavam parados, olhando atentamente para a lâmina flamejante do homem.

-Desculpe, creio que eu não tenha me apresentado direito, sou Michael Akahinkon, senhor do Inferno e da Morte, muito prazer.

Nisso, Thanatos só teve tempo de pular para o lado, Michael pulava em um ataque furioso, abrindo um buraco no chão onde o ataque fora acertado. O garoto mal se recuperava quando outro ataque vinha, ele rola para o lado e consegue desviar.

Pensava desesperadamente em como derrotar o homem, ele estava desarmado e não conseguia acompanhar a velocidade do mesmo. Precisava pensar no que fazer, em como enfrentar ele, quando dá conta de si mesmo, o inimigo estava parado na frente dele, com a espada levantada.

-Você me cansou garoto, agora morra de uma vez.

A mão do homem descia em um ataque, a lâmina estava em puro fogo, ele realmente queria matar o espírito, que não pode fazer mais nada além de erguer suas mãos em uma tentativa de se defender. Em um instante, o tempo parecia ter parado, o espírito sentia que ainda estava vivo. Olhos e punhos fechados e o braço levantado em cima da cabeça, a posição em que Thanatos se encontrava era ridícula, mas era o que o desespero e o medo lhe deram.

-Levante-se garoto, seu destino não é morrer agora, e creio que você também não queira.

A voz chegava distorcida e morta até seus ouvidos, mas ninguém estava lá, simplesmente não sabia de onde diachos vinha a voz.

-Já dissemos para se levantar, não temos muito tempo.

Novamente uma voz chegava do nada até os ouvidos do garoto, dessa vez parecia ser abafada por um elmo ou algo parecido, era ríspida e rude, de uma ignorância enorme.

-“Dissemos”? Afinal, vocês são quantos? E onde estão? Mostrem-se agora!

A voz saía trêmula e incerta, na verdade ele não sabia se realmente queria conhecer quem falava aquilo. Ele começa a se virar, procurava novamente, ele tinha que saber quem falava, talvez não quisesse, mas tinha que saber quem era. Quando ele se vira para trás, ele percebe três vultos. Um deles parecia um esqueleto, sem olhos, mas parecia encarar o jovem, parecia olhar para a alma dele, usava uma armadura com partes esverdeadas, muito bem trabalhada, de sua testa, saía um par de chifres. O segundo era enorme, olhos azuis, parecia um minotauro, também usava uma armadura, com detalhes em vermelho que pareciam pegar fogo. O último deles usava um elmo que cobria todo o seu rosto, uma espada com detalhes verdes, mas parecia que ela tinha acabado de sair da fornalha, que ela estava prestes a pegar fogo. Sua armadura parecia ser a mais completa, sendo repleta de espinhos, mas nada de detalhes, era lisa.

-“Nós” somos você. Ou a materialização da sua reiatsu. Nosso nome é [...].

-Como que é o seu nome?

-Entendo... Então você ainda não consegue ouvir nosso nome. Talvez depois que você se tornar um shinigami.

-Shinigami? Do que diachos vocês estão falando?

-Nós falaremos, mas depois. Nesse exato momento, aquele shinigami está tentando entrar aqui, dentro do seu mundo, do nosso mundo.

-E o que diachos vocês acham que eu posso fazer? Eu não tenho nada, e ele é muito mais forte!

-Você tem a nós! Estaremos lutando junto de ti, assim, ninguém jamais nos vencerá, só é preciso que você confie em nós, e se torne um shinigami, assim poderemos derrotar ele, e ficarmos poderosos.

-Não quero me tornar poderoso, vocês erraram o pulo.

-Errar o pulo? Isso aqui não é uma brincadeira garoto! Se você não fizer isso, todos morreremos!

-Calma, calma. Ele só está meio confuso.

-Eu estar confuso? Não são vocês que fazem parte de mim? Como vocês não estão confusos também? Não sou eu quem deveria mandar em vocês?!?!

-Isto aqui não é uma democracia garoto, não existe “eu mando e desmando”, um precisa do outro.

-Ele está certo, mas creio que isso não vá lhe convencer de nos ajudar.

-Claro que não, não tenho motivos para me juntar a vocês. – Depois de dito isso, o garoto se vira e começa a caminhar, não ficaria ali escutando aqueles loucos. – Tenho mais o que fazer do que ficar escutando vocês em uma tentativa de recrutamento, até mais.

-Pois bem... Você quer um motivo, lhe darei um. Você não quer... vingança?

Aquelas palavras fizeram o garoto parar. O estranho de elmo falava e o garoto estava parado, escutando, começava a pensar, começava a cogitar a possibilidade.

-Você não quer que ele sofra por ter matado todas aquelas pessoas? Não quer se vingar por tudo que ele fez?

-Eu... Eu não sei... O bispo não gostaria de...

-O bispo está morto, Michael o matou, ele não vai se importar. Eles têm o direito de serem vingados, mas sozinho você não conseguirá fazer nada, você precisa de nós, precisa da nossa força, assim como nós precisamos da sua.

-Ok... Me digam o que eu devo fazer.

Um sorriso brotava no rosto daqueles dois, provavelmente o de elmo também sorria, mas seu rosto continuava coberto, sendo impossível que se dissesse alguma coisa de sua feição.

-Você deve encontrar seu poder de shinigami. Iremos seguir ao seu lado, caso precise de nossos poderes.

-Tudo bem, aonde eu o encontro?

-Feche seus olhos e, quando a hora chegar, você poderá se tornar um shinigami. Tente sobreviver até lá.

O garoto não entende muito bem, mas acaba seguindo o que os três falaram. Ele fecha seus olhos e, em questão de segundos, sente novamente a chuva em sua pele. Ao abri-los, ele percebe que havia voltado ao mundo dos humanos, e que ele havia sido protegido. Sua defensora era linda, suas roupas não davam uma visão onde pudesse ser muito bem analisado o corpo, mas seus cabelos castanhos e seu belo rosto fizeram com que Thanatos esquecesse do seu inimigo e do perigo que corria, mas ele acabou sendo acordado do transe em que estava por um berro.

-O que você está fazendo?! Corra para longe daqui, dele cuido eu!

O homem de vermelho e a garota cruzavam espadas, o fogo crepitava pela espada do homem de capuz, enquanto pequenos raios iam se formando pela espada da garota.

-Desculpe moça, mas eu não posso sair daqui...

-Como assim não pode sair daqui?! VOCÊ NÃO SÓ PODE, COMO VAI SAIR DAQUI!

-Quero ver você fazer isso.

Uma risada é escutada, o homem de capa vermelha deveria estar achando engraçada a situação atual de ambos. Nesse momento de distração de ambos, o homem de vermelho simplesmente desapareceu, e um grande circulo de fogo cercou ambos.

-Agora vocês morrerão. Que pena Thanatos, você tinha bastante potencial.

-Desculpe Michael, mas eu fiz uma promessa pra mim mesmo, não posso morrer antes de cumpri-la.

-Uma promessa? Não me faça rir garoto, o que uma promessa sua iria mudar? Você não pode fazer nada, e vai morrer agora.

Nisso, o circulo começa a se fechar, e uma rajada de fogo vai em direção a Thanatos, que não consegue fazer nada a não ser olhar parado para o ataque, que é aparado pela shinigami, que é arremessada para longe.

-Garoto estúpido, eu disse para você sair!

-Como se eu fosse te deixar aqui sozinha contra ele.

-Mas você só está me atrapalhando!!!

-Foda-se, já disse que não vou sair daqui.

-Garoto teimoso... mas tudo bem, vou lhe ajudar a sobreviver.

A garota ergue sua espada para cima, e inúmeros raios descem dos céus, cercando ela e Thanatos, como se estivessem presos por uma caixa de eletricidade pura. Ela vira sua espada para ele, agora esta estava normal.

-Atravesse-a, assim ganhará poderes de um shinigami temporariamente, podendo me ajudar a enfrentá-lo.

-Atravessar isso por onde? Não sou louco garota, não quero morrer.

-Só assim você conseguirá poderes de um shinigami. Ou é isso ou é a morte, escolha, mas faça isso rapidamente, não temos muito tempo.

-Já disse, não vou atravessar.

-Então você não me deixa outra escolha.

A garota corre em direção a Thanatos, que sem chances de reação, acaba sendo acertado pelo cabo da espada, bem em sua testa. Uma estranha luz começa a envolvê-lo, e este se desespera.

-Que merda é essa que tu fez!? O QUE TU FEZ COMIGO?!?!

-Você está sendo levado para a Soul Society, lá começará uma nova vida.

-Como assim? Não posso sair daqui, tenho que mata-lo!

-Eu lhe prometo que você poderá fazê-lo, mas por favor, vá, antes que você morra.

-Mas... Eu vou vê-la de novo?

-Provavelmente vá.

-Mas como vou te encontrar?

-Eu te encontro, você só precisa esperar.

A visão do garoto escurece e ele perde os sentidos, não sabia mais o que estava acontecendo com ele, a única coisa que continuava em sua cabeça, ocupando sua mente, era o rosto de sua salvadora.

Seus olhos rondavam o local, algumas árvores, um chão de areia e casebres pobres. As pessoas andavam com roupas esfarrapadas, pobres coitados.

Todos o olhavam com um olhar duvidoso, não espantado ou surpreso, mas duvidoso, desconfiado. Suas roupas ainda estavam manchadas de sangue, apesar de ele já ter secado.

Thanatos tentou perguntar para algumas pessoas aonde estava, mas acabou sendo ignorado pelos moradores. Ele então decide entrar em um barzinho, de onde vinham sons de movimentação. Lá entrando, ele percebe vários homens, todos muito altos e musculosos, cicatrizes percorriam seus rostos, espadas e machados pendurados em suas cinturas.

Todos começam a encará-lo e, quando ele pergunta que lugar era aquele onde estava, soltaram altas gargalhadas, deixando-o meio constrangido.

-Do que vocês estão rindo? Não sou palhaço, pedi uma informação, tentem ter alguma educação e me respondam, bando de marginais.

As gargalhadas cessaram no mesmo instante. Todos olhavam enraivecidos para o garoto, este pára e percebe o erro que fez. Os homens começam a se levantar e a puxar espadas e machados. Thanatos vê os movimentos e começa a dar passos para trás.

-Bem, acho que vocês não podem me ajudar, então eu vou indo...
-Vai sair agora? Mas nós temos muitas coisas para conversar agora.

-Ah... Temos?

-Sim, temos. Nós andamos precisando de trabalhadores, sabia?

-Não sabia não, mas creio que vocês não gostariam de me ver trabalhando, eu costumo suar muito... – O garoto ia caminhando para trás, mas acabava se encurralando no canto do pequeno bar.

-Isso não vai ser um problema, ninguém vai te ver enquanto trabalha.

-Já aviso que sou hétero e não estou gostando dessa história de ninguém me ver trabalhando.

-Agora virou piadista, é?

-Estou tentando reverter a minha situação, nada de anormal...

-Sua situação não vai ser revertida com tanta facilidade assim.

-Eu sou esforçado, mas se palavras não forem suficientes vou pensar em alguma outra coisa.

-Outra coisa? Você está sozinho e desarmado, o que você iria fazer?

-Porra, acabei de dizer que vou pensar em alguma outra coisa!

-Já ta irritadinho?

-Tua voz não me agrada muito.

-Acha que sou algum palhaço, é?

-Não, palhaços me fazem rir com piadas e brincadeiras, não com coisas ditas sem sentido e demonstrações de burrice aguda.

-Agora você me tirou do sério, e vai morrer.

-Tenta a sorte, se tiver coragem.

-Não disse que iria pensar em alguma outra coisa?

-Não precisei, você é estúpido demais.

-Mas eu comando um grupo de 20 homens, e você está sozinho e encurralado.

-Se for preciso, vou matar vocês todos.

Nisso uma espada voava em direção ao garoto, que se abaixa, desviando em um movimento de reflexo.

-Viu? Agora já estou armado.

-Matem-no...

Todos os homens deram uma risada, e começaram a avançar no garoto. Ataques eram desferidos por todos os lados, sendo todos defendidos ou desviados, o máximo que aconteceu foi sua roupa ter sido rasgada. O garoto revidava e conseguia acertar o braço de vários deles, fazendo-os largar as espadas. Thanatos pega alguma outra espada jogada no chão e usa uma delas para se defender enquanto a outra seria usada para ataques.

Ele começa a se mover para perto da porta ao mesmo tempo em que desviava e se defendia dos ataques, mas começava a ficar cansado, e alguns dos ataques começavam a acertá-lo. Chegando à porta, por não precisar puxá-la ou empurrá-la, consegue sair do barzinho, e começa a correr para longe, durante toda a noite, encontra uma árvore no caminho, sobe nela, e usa um de seus grandes galhos como cama, onde poderia descansar.

Quando Thanatos acordou o dia já havia começado há muito tempo, o Sol estava alto no céu, devia ser perto do meio dia. Ele olha para os lados e vê que não havia ninguém, então ele desce da árvore e sente uma pequena dos nas pernas e braços.

-É mesmo, a briga de ontem à noite... Melhor eu tomar mais cuidado com o que e com quem eu falo, as pessoas parecem ser bem agressivas por aqui.

Ele olha para os lados novamente, pega as duas espadas e faz bainhas provisórias para ambas.

-Vamos andando, talvez eu encontre alguém com quem eu possa fazer perguntas sem temer.


O garoto havia caminhado o dia inteiro, suas pernas já estavam cansadas, pequenos corvos seguiam-no, aparentemente atraídos pelos ferimentos abertos. A noite já havia chegado quando ele chega novamente em uma vila, depois de já ter passado por muitas, mas esta tinha algo de especial, um grande muro, que parecia cobrir ou guardar uma outra cidade.

Ele anda pelos becos, se escondendo das pessoas, não querendo assustá-las. Quando uma criança passava correndo, ele a puxa pela gola, levando-a para o beco aonde ele se encontrava, a criança começava a lançar um grito quando tem sua boca tapada pela mão de Thanatos.

-Não grita, caralho! Só quero te perguntar umas coisas, ando meio perdido e não entendo como funcionam as coisas por aqui. Vai ficar quietinho e me ajudar? – Ele começava a destapar a boca da criança enquanto esta acenava com a cabeça positivamente. – Que bom, finalmente alguém pra me responder o que eu tenho pra perguntar. Então, primeiro... Aonde eu posso tomar um banho?

A criança esboçou um leve sorriso e levou Thanatos até a sua casa, aonde ele foi muito bem atendido e teve todas as suas perguntas respondidas. Após algumas horas de conversa e de comida, ele finalmente acaba com todas as suas dúvidas.

-Academia shinigami é? Talvez eu encontre-a lá... Mas não quero isso agora, tenho que pagar a vocês pela generosidade, além de que, ela disse que me encontraria, então eu vou simplesmente esperar... – Seus olhos começaram a encarar o chão, parecia vagar em pensamentos distantes.

-Você parece estar cansado, durma aqui esta noite, você poderá pensar melhor sobre tudo de manhã cedo, então veremos o que vamos fazer com você.

-Ah... Obrigado, eu acho...

Ele é guiado pela dona da pequena casa até um quartinho. Uma cama estava sobre o chão, com um travesseiro e uma coberta.

-Espero que você não se importe com a simplicidade, mas é o que nós podemos lhe oferecer no momento.

Thanatos se vira e vê uma garota de mais ou menos 17 anos, era de uma estatura baixa apesar de suas outras proporções serem um tanto grandes, pesava mais ou menos 50 kg bem divididos em 1 metro e 60 centímetros. Thanatos se achou vislumbrando a garota de cabelos castanhos e olhos de mesma cor.

-Não, capaz, é mais do que eu mereço. Está ótimo. Mas... o que você está fazendo aqui?

-Ah, é que meu pai me mandou aqui para cuidar de seus ferimentos.

-Não é necessário, eles já estão melhorando, olha só... – Ele retira a camisa que recebeu para usar e mostra seus ferimentos, que agora começavam a infeccionar. – Ou talvez seja melhor cuidar disso aqui mesmo...

A garota sai para buscar alguns aparatos para cuidar do visitante. Quando ela volta, ele já estava dormindo, sem camisa, mas perdido em profundos sonhos. A garota se aproxima dele e, com o rosto corado, começa a cuidar de seus ferimentos.

Ele acorda meio dolorido e vai se juntar com o senhor da casa para definir o que seria feito com ele. Após algumas horas conversando, Thanatos fazia parte da nova família, que iriam abrir uma forjaria para tentar melhorar sua posição social atual.

Thanatos, por ser o filho homem mais velho e o com mais capacidade, fora encarregado de buscar lenha, e ele ficou nessa tarefa durante dois longos anos, de manhã cedo ele ia cortar as árvores, e lá ficava o dia inteiro, até que, à noite, ele voltava carregando toda a lenha em uma lona, presa a uma corda, aonde ele segurava para carregar toda a lenha, e isso se repetia diariamente, sem descansos.

Após dois anos fazendo isso, seu agora pai chamou-o, dizendo que ele começaria a ajudar a forjar as armas. Thanatos se animou muito, aprenderia tudo sobre espadas, coisa que começou a lhe chamar a atenção após ver todos os processos para a sua fabricação. Ele sempre arrumava um tempo, de duas a quatro horas por dia, para praticar a arte com a espada, com ambas as mãos e utilizando qualquer tipo de arma branca. E nisso ele ficou mais 3 longos anos.

Após todo este tempo, Thanatos havia percebido que ele não estava satisfeito naquele lugar, e que ele precisava de algo a mais. E, em uma noite, ele chamou seu pai para lhe contar sobre a decisão que ele havia tomado.

-Mas... Tem certeza de que é isso que você quer?

-Sim , tenho. Além do mais, vou aproveitar para procurar a garota que me salvou, já vi que ela não cumprirá com a palavra dela.

-Não julgue as pessoas dessa maneira, talvez ela esteja muito ocupada com algo, ou talvez ela nem tenha saído viva da batalha.

-Não me importo, ela prometeu, ela devia dar sua vida para cumprir isso. Não vou mudar minha opinião, vou me tornar um shinigami.

-Creio que não há nada que eu possa fazer para impedi-lo... Então só posso dizer “boa sorte, espero que você consiga o que você quer”.

-Conseguirei, prometo-lhe isso.

-Não deve me prometer nada, afinal, estás fazendo isso para ti mesmo.

-Prometo para mim e para o mundo, todos irão ver no que me tornarei.

-Só espero que não faça loucuras para que os outros vejam no que você irá se tornar...

-Estou disposto a tudo por isso. Bem, vou indo, tenho muito que fazer.

Thanatos se abraça o homem, se despede mais uma vez, e depois segue rumo à Seireitei, aonde se tornaria um shinigami.


Thanatos adentra o local e vê várias pessoas, todas muito bem vestidas, todos tentando ser shinigamis. Ele rapidamente foi encaminhado para o seu dormitório e, no outro dia, começou seus estudos.

Apesar da sua grande habilidade no combate corpo-a-corpo, Thanatos não conseguia controlar sua reiatsu, fazendo-o ser simplesmente horrível em kidous. Sua primeira tentativa de se tornar um shinigami tinha sido falha, a desculpa usada fora que seus kidous eram muito prematuros e perigosos para serem levados até a defesa da seireitei.

Thanatos ficou enfurecido, sabia que aquilo era besteira, e que kidous eram para fracos e bichinhas que não conseguiam se garantir em um combate corpo-a-corpo. Mas não havia nada que ele podia fazer, apenas se inscrever novamente e ir refazer seus estudos na academia, e isso se repetiu por várias e várias vezes. Ele havia ficado vários e vários anos lá, sempre sendo reprovado pela sua pequena capacidade em kidous.

Em uma de suas tentativas, Thanatos estava no treino do combate corpo-a-corpo quando teve que enfrentar um homem meio estranho, na sua visão, parecia se achar superior a todos. A luta não havia sido demorada nem difícil, foi preciso um ataque para que o garoto fosse ao chão. Ele quis mais uma vez, e mais uma vez ele foi ao chão. Thanatos havia gostado, apesar de tudo, do garoto. Ele era persistente e competitivo, tudo que Thanatos precisava para se divertir com alguém. O problema foi quando a disputa foi levada até os kidous, área que havia reprovado Thanatos tantas vezes antes. Uma rivalidade estava sendo criada entre Thanatos e este tal de Kaminari. No meio disso tudo, um outro personagem apareceu, Saikou, que se divertia vendo os dois disputando, e acabou se juntando a Thanatos e Kaminari, formando então a Sanmi Ittai.

Após um tempo, com tanta persistência, Thanatos finalmente fora aceito como shinigami, junto de Kaminari e Saikou, pela qual ele tinha um grande respeito e admiração.

Ele fora rapidamente encaminhado para a 11ª Bantai, a linha de frente, grupo de guerreiros. Lá ele aprendeu várias e várias coisas, sempre treinando e lutando com seus companheiros, para descontrair durante uma missão ou por alguma discussão idiota.

Após muitos anos, Thanatos estava sentado junto de Saikou e Kaminari, quando seu “rival” dá a notícia aos dois de que ele havia sido aceito para o teste de taichou. O antigo garoto, agora com um rosto de um homem de aproximadamente 20 anos, dá um pulo, dizendo que duvidava do companheiro, e começando uma luta ali mesmo, mas no fundo ele sabia que era verdade, sabia que estava ficando para trás novamente.

Após algum tempo, Kaminari foi encaminhado para ser um capitão assim como Saikou, e Thanatos continuava como um shinigami no terceiro posto, apenas com sua Shikai.

Ele então resolve sair em “férias”, aonde ele treinaria para adquirir bankai e conseguir se tornar um Taichou, e alcançar seus dois amigos. Ele viajou para longe, em um lugar desabitado, onde as únicas coisas visíveis eram pedras, pedras e mais pedras.

Thanatos ficou lá treinando durante alguns meses, até que finalmente conseguiu a tão visada Bankai, o nível máximo de poder para um shinigami.

Antes de voltar para a Seireitei para tentar se tornar um taichou, Thanatos vai para a antiga casa aonde morava, mostrar à sua antiga família o que havia se tornado.

-Pessoal? Tem alguém aqui?

A forjaria parecia estar vazia, o eco das palavras dele retumbavam por todo o local até voltar para seus ouvidos. Não havia iluminação no local, a não ser alguns raios de sol que entravam pela porta e alguns outros que conseguiam atravessar o teto de palha.

Ele anda mais um pouco e não vê ninguém, sai e pergunta para alguns vizinhos o que havia acontecido ali, todos lhe dizem que a família inteira havia sido morta por um homem de vermelho que logo depois havia ido para a Seireitei.

“Michael, seu maldito... Agora sim você vai encontrar a sua morte.”

Ele corre para a Seireitei, e começa a perguntar para todos sobre esse homem de vermelho, descobrindo que ele havia se tornado capitão do décimo primeiro esquadrão, da qual Thanatos participava.

Ele espera o dia começar, e espera perto de um local aberto pelo novo capitão.

Quando Michael passa por ele, não o reconhece, afinal ele havia mudado muito durante esse tempo todo.

-Michael!

O homem com a capa branca para e se vira para o shinigami, olha fundo em seus olhos.

-Ora ora, se não é o pequeno Thanatos. Como você cresceu!

-Não me venha com isso agora, me diga, o que aconteceu com a shinigami daquela noite?!

-Aquela mulher? Foi morta, mas não antes de eu brincar com ela. Ela gemeu como uma vadia, parecia estar adorando... Você sabia que ela era virgem?

-Foi você que matou a minha família?

-AHAHAHAHAHA!!! – Sua gargalhada era alta e louca. – Sim, sim, eu matei todos, toda a sua família, eu matei todos eles!

-Eu deixo você viver, é só me dar o seu cargo de taichou e pedir perdão por tudo que você fez...

-Eu? Pedir perdão? Já lhe derrotei uma vez, não vai ser difícil fazer isso de novo!

-Essa é a sua última chance, ou você morre, ou faz o que eu lhe pedi. Não sou o mesmo daquela noite, não confunda as coisas. Então, o que vai ser?

-Vamos lutar então, garoto.

-Eu vou te matar... Vou arrancar a tua cabeça a portadas, enquanto eu escuto os teus gritos de agonia e dor, daí estaremos quites. – Ele fala isso e saca suas duas espadas. – Inflame, Taigun...

Ambas se transformam e começas a queimar em um fogo ardente.

-Que Deus tenha piedade de tua alma, Michael...

Thanatos pula em um ataque enfurecido, atacando o homem com suas espadas de ambos os lados, sendo ambos defendidos pelo homem. A espada do mesmo também é liberada.

Este levanta sua espada e, com a guarda da espada, separa as espadas de Thanatos, fazendo-o recuar alguns passos.

-Já vi que você não vai morrer quieto, mas eu não estou com saco para brincar contigo. Traga a punição pelo fogo, Taigun!

Thanatos avança para cima do homem com as duas espadas, e o homem se defende novamente, mas repara que as espadas voltaram ao normal.

-Você devia prestar mais a atenção no seu inimigo, não fique achando que a batalha está ganha. Você está apenas com Shikai, o que faria contra a minha Bankai?

-Você disse... Bankai? – Os olho de Michael se esbugalharam, agora estava assustado, com medo, ele tenta fazer o mesmo movimento, mas é parado por Thanatos.

-Vou levar o seu braço comigo dessa vez.

Nisso o anjo negro de Thanatos arranca o braço com que Michael segurava sua espada, fazendo-o urrar de dor. O anjo negro então segura Michael pela sua cabeça enquanto Thanatos se afastava e ficava parado, olhando para ele.

-Senhor do Inferno... Puff, você ainda não sabe o que é o verdadeiro inferno. Bem vindo, ao meu mundo.

Uma onda de calor começa a ser criada no local aonde Michael estava, este começa a alucinar, ver demônios e monstros, pessoas decepadas, e sua pele começa a queimar, ficando em carne viva.

Seus gritos eram escutados por toda a Seireitei, toda a 11ª bantai estava presente, olhando para o terror em que o capitão deles se encontrava. Thanatos volta a caminhar em direção a Michael, desfazendo sua Bankai.

-Por que você não me matou ainda?! Por que você continua me torturando dessa maneira?!?!?!

-Para você sentir uma pequena parte do que você me fez passar.

Thanatos pega ele por um de seus braços e começa a arrastá-lo para perto de uma porta que levava para fora do esquadrão.

Ele lentamente abre a porta com uma das mãos, com a outra ele segura a cabeça do inimigo.

-Por favor, por favor... Eu me arrependo, perdão pelas coisas que eu fiz, me perdoe, mas não me mate, não me faça sofrer mais!

-Desculpe, eu dei a minha palavra.
Portadas começavam a ser desferidas, a cada vez o homem gritava mais e mais, seus berros de agonia podiam ser ouvidos por toda a Seireitei, todos escutavam seus urros de dor, que cessaram quando Thanatos arrancou sua cabeça com a porta.

Ele lentamente pega a capa de capitão e a coloca, guarda suas espadas e vai caminhando lentamente em direção ao seu yutori. Ele para e olha para todos os shinigamis, todos encarando-o.

-Que todos aqui saibam que eu sou o novo capitão daqui, quem não gostar de alguma atitude, que me diga, mas que espere por esse mesmo destino. Sou Akahinkon Thanatos, o Deus da Morte, muito prazer.

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